E se o EURO realmente acabar?

O que esperar de um possível fim do EURO é a pergunta que mais e mais pessoas tem feito diante do apelo populista que tem tomado conta das eleições deste ano em países importantes da Europa como França e Holanda. Por sorte, na Alemanha o efeito Trump enfraqueceu o apelo populista e a briga nas eleições deste ano deverá ficar entre Merkel dos conservadores CDU e Schulz do partido social democrata SPD.

Ainda assim, basta uma Le Pen e um Wilders ganharem as eleições nos seus respectivos países (tudo isto já pareceu muito mais impossível no passado do que atualmente) para engrossar o caldo do Brexit e o fim do Euro se tornar algo mais real que nunca.

Frente a essa situação, gestores e advogados têm buscado traçar um cenário pós-Euro para entenderem como se daria a conversão dos valores de títulos dos diferentes países às suas antigas moedas nacionais, notadamente no caso das maiores economias do bloco o retorno ao Franco, Marco e Lira.

Como se sabe, o fim do Euro faria com que moedas das economias em piores condições do bloco (como Itália e França para falarmos somente dos maiores) obviamente se desvalorizassem diante do Dólar, enquanto que moedas dos países em melhores condições (como Alemanha e Holanda) se valorizariam em relação à moeda norte-americana.

Parece até algo simples de se conceber porém existem diversas nuances que precisam ser esclarecidas, afinal portadores de títulos que deverão ser convertidos nas moedas que se desvalorizarão estarão tecnicamente assumindo um default da dívida, somente pela perda abrupta de valor dos títulos que possuem.

Assim, é correto pensarmos que a solução estaria em antecipar o fim e se posicionar em títulos dos países que sofrerão valorização das suas moedas?

Não, considerando que em um cenário sombrio para a economia europeia estes países consequentemente sentiriam o impacto negativo dos vizinhos (que são parceiros comerciais importantes para os mesmos) depois de tantos anos da existência de um mercado comum que integrou fortemente a economia de todos os países do bloco.

Como nunca antes na história pudemos presenciar o fim de um acordo monetário, as únicas pistas estão no âmbito legal e nas leis que cobrem os pagamentos dos títulos emitidos por governos e empresas européias. Por enquanto a idéia que podemos ter, é que com a extinção total do Euro o princípio legal Lex Monetae (lei da moeda base) seria preponderante com a conversão automática dos valores dos títulos na respectivas moedas nacionais.

Se por acaso o fim do Euro fosse somente o desmembramento de alguns países do Bloco o problema seria ainda maior, afinal credores poderiam facilmente levar essa questão às cortes internacionais para discutir a manutenção da dívida no Euro, que permaneceria vivo ao invés da moeda nacional dos títulos caso o mesmo tivesse sido emitido por um dos países que desertaram da moeda única.

De fato sabemos que (principalmente no Forex) um possível fim do Euro se traduziria em uma rápida ascensão no volume negociado de um provável par do Marco Alemão com o Dólar norte-americano (DMAUSD) mas ainda assim com menos volume que a liquidez atual do EURUSD.

Até o meio do ano, com os resultados das eleições na França e Holanda, veremos se de fato devemos nos aprofundar ou não no estudo dos possíveis cenários pós-EURO.

 

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